![]() |
Foto: Marcello Casal JrAgência Brasil |
Suspensão atinge comercialização de três frigoríficos do Brasil
A China, maior importadora e consumidora de carne bovina do mundo, anunciou nesta segunda-feira (3) a suspensão das importações de carne bovina de sete estabelecimentos localizados no Brasil, Argentina, Uruguai e Mongólia.
A medida, divulgada pelas autoridades alfandegárias chinesas, afeta três frigoríficos brasileiros: Frisa Frigorífico Rio Doce S/A, em Nanuque (MG); Bon-Mart Frigorífico Ltda, em Presidente Prudente (SP); e JBS S/A, em Mozarlândia (GO). Além disso, foram suspensas as importações de dois frigoríficos argentinos, um uruguaio e um fornecedor da Mongólia.
Segundo a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), a decisão foi tomada devido a "não conformidades" em relação aos requisitos chineses para o registro de estabelecimentos estrangeiros. A entidade afirmou que as empresas envolvidas já foram notificadas e estão adotando medidas corretivas para atender às exigências sanitárias da China. A Abiec também destacou que está em diálogo com as autoridades competentes para resolver a questão com agilidade.
A suspensão ocorre em um momento em que a China enfrenta um excesso de oferta de carne bovina no mercado doméstico, o que tem pressionado os preços internos. Em 2024, o país importou um recorde de 2,87 milhões de toneladas métricas de carne bovina, segundo dados oficiais.
O aumento das importações levou o Ministério do Comércio da China a iniciar, em dezembro de 2023, uma investigação sobre o impacto dessas compras no mercado local. A investigação, que deve ser concluída até o final deste ano, pode resultar em medidas comerciais adicionais, como a imposição de tarifas ou cotas de importação.
O Brasil, maior exportador global de carne bovina, é um dos principais fornecedores do produto para a China, ao lado de Argentina, Uruguai, Austrália e Estados Unidos. A suspensão temporária das importações de alguns frigoríficos brasileiros preocupa o setor, que tem na China seu principal mercado. Em 2023, o país asiático foi responsável por mais de 60% das exportações brasileiras de carne bovina.
Apesar da medida, a Abiec reiterou a confiança no sistema de controle sanitário brasileiro, supervisionado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária. A entidade também ressaltou que o Brasil está comprometido em manter os mais altos padrões de qualidade e segurança alimentar para atender às demandas dos mercados internacionais.
Enquanto aguardam os resultados da investigação chinesa, os exportadores brasileiros buscam ajustar seus processos para garantir a retomada das exportações aos frigoríficos afetados. A situação reforça a importância de manter um diálogo constante com os parceiros comerciais e de adaptar-se às exigências sanitárias e regulatórias de cada mercado.
A restrição imposta pela China pode ter impactos negativos no comércio bilateral, especialmente se medidas adicionais forem adotadas. Enquanto isso, o setor agropecuário brasileiro permanece atento aos desdobramentos, buscando minimizar os efeitos negativos sobre as exportações de carne bovina.