Embaixadora da Alemanha enxerga amplo potencial para cooperação com Goiás com destaque para mineração, agroindústria e setores de moda e construção civil
"Estou convencida de que há grande espaço para a cooperação entre Goiás e Alemanha e entre Goiás e a União Europeia." Esse foi o balanço que a embaixadora da Alemanha no Brasil, Bettina Cadenbach, fez quinta-feira (21/03), na Casa da Indústria, ao encerrar agenda de dois dias em Goiás. A visita foi articulada pelo Centro Internacional de Negócios (CIN) e pelo Conselho Temático de Comércio Exterior (CTComex) da Fieg e incluiu agendas no Daia, em Anápolis, no Senai, em Goiânia, além de reuniões com empresários, parlamentares e representantes do governo de Goiás.
"A riqueza de informações que levo comigo vai subsidiar a continuidade de tratativas em áreas estratégicas", afirmou a embaixadora durante reunião com empresários industriais. No encontro, foram apresentadas as principais vocações econômicas do Estado, com destaque aos segmentos de mineração, moda, construção civil, farmacêutico e agronegócio.
"Goiás é repleto de oportunidades, se destaca pelo crescimento acima da média nacional e é reconhecido pela pujança do agronegócio. Temos um Estado com uma forte vocação mineral e uma agroindústria repleta de oportunidades para se expandir. Somos um polo exportador de moda e temos uma indústria farmacêutica de ponta, que se destaca pela inovação e tecnologia. São muitas as possibilidades para estreitarmos nossa relação comercial com a Alemanha", afirmou o presidente da Fieg, Sandro Mabel.
Na reunião, foram apresentados números da economia goiana e o potencial de Goiás, considerando os pilares Transição Energética, Segurança Alimentar e Qualidade de Vida. Os eixos norteiam as 17 metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, estabelecidas pela Assembleia Geral das Nações Unidas.
"O Brasil tem posicionamento estratégico e com soluções para esses desafios atuais", afirmou o presidente da Câmara Setorial da Mineração (Casmin) da Fieg, Wilson Borges, ao apresentar o potencial do setor em Goiás. "Nosso Estado tem uma vocação mineral muito forte, com uma verdadeira tabela periódica em seu solo. O setor está presente em diversos produtos consumidos diariamente pelas pessoas e é fundamental na transição energética. Não existe vida sem mineração", sustentou.
No âmbito da Segurança Alimentar, o presidente do Conselho Temático da Agroindústria (CTA), Marduk Duarte, apresentou diagnóstico do estudo Estratégias para o Desenvolvimento da Agroindústria em Goiás. O levantamento, divulgado no ano passado em parceria do Sebrae e com execução pela Universidade Federal de Goiás (UFG), identificou os principais desafios ao fortalecimento dos sistemas produtivos agroindustriais no Estado, incluindo os pequenos negócios, dos segmentos produtivos de soja e milho; suínos; aves; bovinos e couro bovino; lácteos; sucroenergético; algodão e silvicultura.
Números gerais do levantamento mostram que Goiás movimenta mais de R$ 850 bilhões em importações, exportações e consumo interno nas oito cadeias produtivas que integram o estudo, considerando a jornada do campo à mesa das pessoas. A indústria de alimentos é a que mais se destaca, representando 16,6% do fluxo total de negócios.
De acordo com Marduk, Goiás importa mais de R$ 110 bilhões em produtos de outras unidades da federação. "Temos insumos, matéria-prima e parque industrial para absorver essa produção, gerando mais empregos e arrecadação para nosso Estado. Somente com isso, temos 13% de potencial real de crescimento."
No encontro com a embaixadora alemã, também foram destacados os setores de moda, construção civil e farmacêutico, que se destacam pela geração de empregos e participação no PIB (Produto Interno Bruto) goiano. Os presidentes José Divino Arruda (Sinvest), Sarkis Curi (Câmara da Indústria da Construção) e Marçal Soares (Sindifargo), respectivamente, apresentaram números de cada um dos segmentos.
Atualmente, Goiás possui o 2º maior polo de moda do Brasil, atrás apenas do Brás, em São Paulo; além de ser o 2º maior produtor de algodão. Dados do Instituto Estudos e Marketing Industrial (IEMI) mostram que o ramo da indústria têxtil e de confecções de Goiás registrou faturamento de R$ 10,6 bilhões em 2021. "Nacionalmente, faturamos mais de R$ 45 bilhões. Somente em Goiás, empregamos mais de 20 mil pessoas, sobretudo mulheres", afirmou José Divino.
Para o presidente do CTComex, William O'Dwyer, as relações com a Alemanha entram em um novo rumo com essa visita a Goiás. "Temos intensificado esse trabalho de aproximação com as representações diplomáticas e com o Itamaraty. Precisamos explorar mais nossa proximidade com Brasília."
A visita de Bettina Cadenbach à Fieg foi acompanhada pelos presidentes Célio Eustáquio de Moura (Sindienergias), Luiz Vessani (Sieeg-DF) e Luciano Lacerda (CDTI); pelos superintendentes Paulo Vargas (Sesi/Senai) e Lenner Rocha (Fieg); pelo diretor comercial do Grupo Porto Seco, Everaldo Fiatkoski; e pelo gerente de Educação Profissional do Senai, Osvair Matos. A agenda da embaixadora nos dois dias que esteve em Goiás foi coordenada pelo Consulado Honorário da Alemanha em Goiás, liderado pela cônsul Carolina O'Dwyer, com apoio do presidente do CTComex, William O'Dwyer, e do analista de Comércio Exterior da Fieg, Carlos Stuart.
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