Abordagem terapêutica que utiliza jogos faz parte do Dia do Desejo, iniciativa em prol da saúde dos pacientes internados no Hospital Estadual do Centro-Norte Goiano
Pacientes em internação no Hospital Estadual do Centro-Norte Goiano (HCN) contam com diversos projetos e ações de humanização, como abordagens terapêuticas disponíveis para tratamento. Entre elas está o Dia do Desejo, iniciativa da equipe de psicólogos e demais profissionais do HCN para realizar o desejo de pacientes internados na unidade.
Internado na unidade há mais de 60 dias, Samuel Ferreira, de 14 anos, possui distrofia muscular de Duchenne, um distúrbio hereditário de fraqueza muscular progressiva. Samuel está no HCN desde agosto deste ano e deu entrada na unidade com parada respiratória. Após ser encaminhado para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI), foi identificada uma pneumonia, que foi tratada pela equipe de profissionais da ala do hospital.
O paciente recebe atendimento constante da equipe de psicologia, com tratamento emocional para entender o que o paciente sabe sobre a sua doença, que é grave e progressiva. Nesse sentido, Samuel fez parte do projeto de Dia do Desejo, com uso da gameterapia, e encontrou uma alternativa eficaz e divertida para auxiliar em sua reabilitação.
Durante uma das visitas multidisciplinares, realizada pelos colaboradores do HCN ao leito dos pacientes, a equipe percebeu que Samuel estava triste e sem vontade de realizar os cuidados básicos, como banho e medicação. Assim, a equipe de psicologia decidiu inserir o paciente no projeto de Dia do Desejo, e fizeram a pergunta: “Qual é o seu maior desejo neste momento?”.
Samuel pediu para jogar vídeo game, atividade que realizava antes de sua
internação. A equipe do projeto organizou, pediu ajuda à diretoria, equipe de
Tecnologia da Informação do HCN e assim, Samuel marcou 5 gols jogando contra as
técnicas de enfermagem da ala, se tornando o novo artilheiro do HCN.
Terapias alternativas
O projeto de Dia do Desejo acontece desde Setembro e já atendeu desejos que variam de tomar leite com chocolate, comer bolo e até receber a visita de um pet durante a internação.
Vandeli, ou dona Val, como gosta de ser chamada, recebeu a visita de seu cachorrinho, Ralph, durante sua internação no HCN. Para a sobrinha de dona Val, Emanuelle, a humanização é muito benéfica para os pacientes. “Hoje eu percebo isso. É uma emoção ver minha tia feliz com o Ralph. Projetos como esse são necessários em todos e quaisquer lugares”, afirma a acompanhante.
“As terapias alternativas utilizadas pela equipe multidisciplinar têm dentre outras finalidades, a humanização do ambiente hospitalar que causa a diminuição da ansiedade e do medo, e aproxima o paciente do trabalho realizado pelo profissional de saúde, facilitando a prática dos procedimentos e melhorando o bem-estar do paciente e de seus familiares”, afirma Marcelo Ramos, gerente assistencial do HCN.
Marcelo ressalta ainda que toda a equipe está muito satisfeita com os resultados, e que esperam poder fazer sempre mais pelos pacientes internados no HCN. “A equipe de psicologia e serviço social levantam a demanda e nós discutimos as possibilidades, envolvendo todas as áreas para entender as limitações.”
Além de jogar videogame, Samuel
pediu se poderia estender seu desejo e assistir ao jogo do Flamengo e
Corinthians, no último dia 12. A equipe organizou e, assim, Samuel pôde
realizar seu desejo duplo.
Gameterapia
A gameterapia é reconhecida pelo Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia desde 2015 e faz parte de uma gama de terapias alternativas que visam ganhos nas habilidades cognitivas do sujeito após as sessões. Assim, o participante pode se mostrar mais engajado e motivado para participar da terapia. O uso do console também facilita na melhora da coordenação motora e jogabilidade no vídeo game, o qual faz parte de uma atividade recorrente no seu cotidiano.
Além disso, estudos de caso, a exemplo do artigo “Contribuições da gameterapia para habilidades cognitivas de um adolescente com paralisia cerebral”, dos autores Thiago da Silva Dias, Karoline Faro da Conceição, Ana Irene Alves e Rafael Luiz Morais, verificaram as contribuições da metodologia para as habilidades cognitivas e mostram que esse tipo de terapia tem tido resultados positivos na reabilitação de pacientes com desordens neurológicas, tais como a paralisia cerebral (PC), com melhora também de habilidades motoras.
Assessoria
de Comunicação do Hospital Centro-Norte Goiano
Ana Luiza Tanno