Aversão ao Agro: mito ou realidade? Esta é uma das hipóteses levantadas em pesquisa inédita sobre as percepções do brasileiro pelo setor

 Idealizada pelo Movimento Todos a Uma Só Voz, pesquisa quer identificar o que o brasileiro pensa sobre o agronegócio e como fortalecer a imagem do setor perante à sociedade



Aversão ao Agro, seja por desconhecimento ou por falta de familiaridade com o setor, o fato é que, quando as pessoas não sabem como opera a realidade do campo, elas podem ser influenciadas por informações inverídicas e passam a ser críticas e até detratoras do Agronegócio.

Essa leitura faz parte de uma série de hipóteses que estão sendo levantadas pela pesquisa inédita “Percepções Sobre o Agro. O Que Pensa o Brasileiro”, uma iniciativa do Movimento Todos a Uma Só Voz, que conecta toda a cadeia produtiva do Agro ao envolver associações, entidades e profissionais dos mais diversos elos da economia para fortalecer a imagem do setor por meio de ações acessíveis a todos.

Iniciado no final do ano passado, o projeto da pesquisa avança em quatro etapas principais para garantir sua robustez metodológica e das conclusões a que chegará, de acordo com informações do Coordenador Geral da Pesquisa Paulo Rovai. “Foram feitas 38 entrevistas em profundidade na fase qualitativa com executivos, consumidores e jornalistas tanto que acompanham o setor como de outras editorias, análises de mais de 30 papers acadêmicos do exterior e do Brasil, workshop com associações do setor e, agora, estamos na fase quantitativa”, descreve Rovai.

O coordenador explica que na fase da coleta de informações da pesquisa qualitativa é que começaram a surgir algumas percepções que os entrevistados e os materiais coletados possuem sobre o Agro.

O levantamento aprofundado dessas informações foi o guia para a construção do questionário aplicável na pesquisa quantitativa, que está em fase de execução. “Estas etapas de pesquisa são fundamentais porque, para se chegar a uma metodologia que seja coerente e representativa, precisávamos ter o maior número de referências como, por exemplo, artigos acadêmicos, entrevistas, realidade de outros setores, reportagens, webinars e entidades ligadas ao Agro. São materiais riquíssimos e valiosos que complementam, de forma consistente, o instrumento de pesquisa”, afirma Ana Luisa Almeida, que participa do grupo de mentores e condutores da pesquisa e uma das mais respeitadas autoridades nacional e internacional em reputação.

Percepção como mediadora de atitudes

Para Ana Luisa, na sociedade mundial, especialmente da informação, cada vez mais as pessoas constroem as suas percepções e, a partir delas, agem – seja para comprar um produto, para recomendar um serviço ou até mesmo para criticar uma marca ou um setor específico da economia.

De acordo com Paulo Rovai, a pesquisa está sendo embasada com todo rigor científico e entrevistas aprofundadas para indicar, de forma mais próxima da realidade, as percepções como mediadoras de atitudes. “Desta forma, a pesquisa está sendo preparada com a intenção de trazer à tona a mais próxima percepção que o brasileiro tem sobre o agronegócio a fim de contribuir para o posicionamento dos diversos segmentos e atividades que o compõem e fortalecendo a marca Agro do Brasil”, justifica o Coordenador Geral da Pesquisa.

O estudo faz parte do projeto de construção da marca Agro do Brasil para também estimular a empatia e admiração dos brasileiros pelo Agro do seu País como um todo, fortalecendo ainda mais o setor para a geração de novas oportunidades, aponta Rovai.

Confiabilidade da Pesquisa

“Para o questionário foram aplicados rigor científico, metodologia e base teórica sólida para uma abordagem ampla”, explica o responsável pelos Métodos Quantitativos da Pesquisa Pedro Scrivano.

O executivo esclarece que as pessoas chegam ao painel de maneira orgânica e realizam o cadastro seguindo as normas da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). A ferramenta também identifica os IPs das máquinas e faz controle do tempo previsto que uma pessoa responde ao questionário. “Muitas validações são feitas em tempo real para que as coletas sejam seguras. Também temos capacidade de atingir regiões específicas e acesso a diversas classes sociais”, salienta.

Representatividade nacional com 4.215 entrevistas

O questionário da pesquisa está sendo aplicado em uma amostra nacional, com 4.215 entrevistas, para representar todos os estratos e perfis da sociedade brasileira. “Esse número é bastante representativo, atingindo uma amostra nacional relevante, o que confere uma margem pequena de erro para garantir a confiabilidade da pesquisa”, assegura Vasquez. 

Ainda de acordo com ele, o total das respostas é dividido de acordo com os parâmetros do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE): distribuição de gênero (feminino e masculino), por idade (15-29 anos; 30-59 anos e 60 anos ou mais), por renda (Classes A, B, C e DE) e por região (Sudeste, Nordeste, Sul, Norte e Centro-Oeste) com as respectivas porcentagens estabelecidas pelo órgão público.

Em termos de parâmetros, dado às etapas que estão sendo realizadas e à expertise dos profissionais envolvidos, estima-se que o valor de mercado de uma pesquisa com tais dimensões custe a partir de R$ 700 mil. Os investimentos para o desenvolvimento desta pesquisa têm sido realizados pelas empresas e executivos envolvidos no projeto.

Pesquisa inédita e pioneira

Na avaliação do Professor Titular da USP/Esalq Eduardo Eugênio Spers, além da metodologia, a pesquisa carrega uma identidade pioneira por olhar diretamente para o consumidor final. “Diferente dos Estados Unidos e Europa, por exemplo, em que a percepção do Agro parte de um público mais homogêneo, no Brasil, existe uma diversidade enorme com regiões bem diferentes. Neste sentido, a pesquisa é inédita também porque entende a necessidade de o Agro querer se comunicar e se esforçar para ser compreendido pelo público urbano. Por isso, é importante compreender o que esse consumidor final, que está muito distante do Agro, pensa sobre o setor para que consiga se comunicar de uma forma melhor e mais próxima da realidade”, opina Spers.

Para Paulo Rovai, não há dados públicos sobre a percepção dos brasileiros em relação ao setor, já que só existem pesquisas privadas sobre o tema, de acesso limitado aos contratantes e não abertas ao mercado. “Além do pioneirismo da pesquisa em si, ela terá uma divulgação mais ampla”, esclarece.

“Com a pandemia, a questão sobre o crescimento econômico também permeou a pauta de CEOs e de todas as empresas. Neste sentido, o nosso grupo de trabalho indagou o que poderia ser feito para contribuir na tentativa de ‘driblar’ a crise e chegamos à questão de que a percepção do brasileiro pode influenciar no crescimento do setor e da própria economia nos próximos anos”, informa Rovai, ressaltando que os resultados da pesquisa podem nortear de forma eficaz as estratégias de comunicação do Agro com o consumidor final.

Apresentação dos resultados

A apresentação dos resultados da pesquisa “Percepções Sobre o Agro. O Que Pensa o Brasileiro” está prevista para segunda quinzena de setembro/22.

Grupo de trabalho da pesquisa

O raio-x abrangente que será a pesquisa, embasada por uma metodologia robusta, tem sido possível graças a um grupo de trabalho com experiência acadêmica e executiva significativas, e com visões complementares, que se uniram em uma força-tarefa em prol do Agro, setor considerado como “locomotiva da economia” e responsável por quase 30% do Produto Interno Bruto (PIB). 

Compõem o grupo de mentores e condutores do projeto: Ana Luisa Almeida, Presidente da ALL+ Consultoria em Excelência Corporativa, PhD em Reputação e Professora da FDC; Ana Vaz, Embaixadora do Capitalismo Consciente; Áurea Puga, PhD, Professora da FDC; Claudia Leite, Sócia-diretora da Hilo; Claudio Vasques, Diretor da Brazil Panels; Eduardo Eugênio Spers, Professor Titular USP/Esalq; Isabel Araujo, Coordenadora do Movimento Todos A Uma Só Voz; Luciana Florêncio, PhD em Economia de Empresas, Professora de Pós Graduação da ESPM; Mariele Previdi, Diretora da Attuale Comunicação; Paulo Rovai, Diretor da Paulo Rovai Marketing e Negócios e Professor da ESPM; Ricardo Nicodemos, Diretor da RV Mondel, presidente da ABMRA – Associação Brasileira de Marketing Rural e Agro, e idealizador do Movimento Todos A Uma Só Voz.

Sobre o Todos a Uma Só Voz

Lançado oficialmente em fevereiro de 2021, conta com a ajuda de diversas associações, empresas e profissionais que trabalham unidos em prol de gerar e disseminar conhecimentos de boa qualidade e estimular a empatia da população urbana pelo campo e pelos produtores e produtoras.

O Movimento tem o apoio institucional da ESALQ-USP, ABAG, ABAGRP, ABCC, ABIA, ABIARROZ, ABIEC, ABISOLO, ABITRIGO, ABMRA, ABPA, ABRAFRUTAS, ABRALEITE, ABRASEL, AGRITECH UFLA, AGROLIGADAS, AGRORESET, AIPC, AMA BRASIL, ANDA, ANDAV, APROSOJA-RO, ASBRAM, CAPITALISMO CONSCIENTE, CECAFÉ, CESB, CICARNE, CLIMATEMPO, CONGRESSO DAS MULHERES, CROPLIFE, DE OLHO NO MATERIAL ESCOLAR, FENEP, GRUPO MULHERES DO BRASIL (COMITÊ AGRONEGÓCIO), IBÁ, IBRAHORT, LIGA DO AGRO, NOVO RURAL, PECEGE, SAE BRASIL, SINDAN, SINDIRAÇÕES, SISTEMA OCB, SNA, UFLA, YAMI. Conta com o apoio comercial das empresas Agroline, Attuale, Coelho&Morello, Companhia de Estágios, Lamarca, RCom, RV Mondel, TrahLahLah.

Para saber mais sobre o movimento, acesse: http://www.todosaumasovoz.com.br

 

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