Duas semanas após intervenção no Condomínio Estância Quintas da Alvorada, no Lago Sul, os fiscais do governo voltaram ao espaço para derrubar outros 11 imóveis.
Esta é a quarta operação do Comitê de Combate ao Uso Irregular do Solo na área. As construções foram identificadas em levantamentos feitos pelo órgão na última semana. Não houve resistência por parte dos moradores.
'Estamos cumprindo a determinação do governador de não deixar as invasões se expandirem. Essa operação foi altamente positiva, feita com bastante planejamento', disse Edval Assunção, diretor de Operações da Secretaria de Ordem Pública e Social (Seops).
Segundo o governo, o condomínio existe desde 2008, porém, a administração afirma que ele foi criado em 1991. Esta não é a única discordância entre as partes. “A regularização do conjunto só depende do Estado”, diz Leda Cavalcante, síndica do Quintas da Alvorada. Ela conta que a justiça foi acionada para conseguir a renovação dos documentos.
A secretaria de regularização de condomínios (Sercond) esclarece que o processo de regularização está tramitando, mas o conjunto se encontra em área da Terracap, portanto caracteriza área pública. “O Estância Quintas da Alvorada não consta no Plano Diretor de Ordenamento Territorial (PDOT). Quando houve a revisão do plano, este condomínio não foi caracterizado como implantado, pois existiam umas poucas casas ali. Essa ocupação desenfreada só aconteceu nos últimos tempos”, diz a secretária de estado da pasta, Regina Amaral.
A síndica pontua que já são 4.500 moradores no local e desde a sua fundação existem pessoas residindo. 'Tudo o que fazemos aqui sai dos nossos bolsos', afirma Leda. Ainda de acordo com ela, os condôminos querem o diálogo com o governo e não uma ação 'bárbara'.
Participaram da derrubada 260 servidores de diferentes órgãos do governo local. Pela manhã, foram retirados 500 pneus que, segundo a Seops, seriam utilizados para fazer barricadas.